Quando falamos em ortodontia é comum pensar nos dentes apinhados e muito desalinhados, que demonstram com clareza a necessidade do uso do aparelho ortodôntico para corrigi-los.
Mas a ortodontia é uma especialidade que cuida também da prevenção de problemas ortodônticos e dos ossos maxilares, identificando disfunções e intervindo o quanto antes para reduzir complicações.
Com atenção especial ao crescimento e desenvolvimento da face, é também a ortodontia que zela pela oclusão e perfeito alinhamento dos dentes da arcada superior e inferior, garantindo a funcionalidade e a estética do sorriso.
Diferentes demandas ortodônticas terão abordagens específicas, por isso, a área se subdivide em três: preventiva, interceptativa e corretiva ou tradicional. Cada uma dessas especialidades tem o objetivo de garantir uma atenção especializada na prevenção, interceptação e tratamento de acordo com o perfil e idade do paciente.
No nosso artigo de hoje, vamos falar sobre os tipos de ortodontia. Vamos explicar as características de cada um, quando são indicados e as abordagens de tratamento mais utilizadas em cada tipo. Boa leitura!
O que é ortodontia preventiva?
Como o próprio nome indica, a ortodontia preventiva age na prevenção do agravamento de problemas de oclusão futuros, evitando, assim, a necessidade de uso de aparelho fixo, extração de dentes permanentes e, até mesmo, de cirurgias ortognáticas, feitas para corrigir o posicionamento do maxilar.
Na odontologia preventiva também é feita uma abordagem educativa para correção, orientação e retirada de maus hábitos que podem comprometer o desenvolvimento da arcada dentária, como chupar dedo e chupeta.
Também são diagnosticadas disfunções que interferem no desenvolvimento dentário, como problemas de dicção em que a língua da criança empurra os dentes durante a fala, ou problemas respiratórios que forçam a criança a respirar pela boca, comprometendo a formação da angulação correta da arcada.
Quando são identificadas disfunções fonoaudiólogas e respiratórias, é importante que o dentista faça o correto encaminhamento do paciente para os profissionais de fonoaudiologia e otorrinolaringologia para uma abordagem multidisciplinar que complemente o tratamento ortodôntico.
É importante que a ortodontia preventiva seja feita ainda na infância, durante a fase dos dentes de leite, aproximadamente dos 5 aos 12 anos, para que as intervenções tenham melhor resultado.
Como é feito o tratamento preventivo
Na ortodontia preventiva são feitas pequenas intervenções para garantir a saúde bucal e prevenir problemas de oclusão e falta de espaço para a substituição dos dentes de leite.
Entre as intervenções mais comuns, estão:
- supervisão dos espaços para o nascimento e desenvolvimento dos dentes permanentes, em substituição aos dentes de leite;
- uso de aparelhos ortodônticos espaçadores para manter o espaço após a queda dos dentes decíduos;
- pequenos desgastes dentários que visaram abrir espaço para a correta oclusão;
- extração programada de dentes decíduos, para facilitar a descida e o posicionamento do dente permanente substituto;
- tratamento de lesões de cárie, para evitar a perda prematura dos dentes de leite e consequente comprometimento da arcada e do espaçamento necessário para o dente permanente;
- uso de expansor palatino — um aparelho ortodôntico usado para corrigir a largura do céu da boca e manter o espaçamento para o nascimento dos dentes permanentes, corrigindo, ainda, problemas por hábitos deletérios.
O que é a ortodontia interceptativa?
A ortodontia interceptativa intervém quando já há um problema de oclusão instalado e que pode comprometer mais severamente a funcionalidade e a estética bucal e facial no futuro.
A mordida cruzada — quando um ou mais dentes incisivos superiores se posicionam de maneira lingual nos incisivos inferiores — é o problema de oclusão mais comum em dentição decídua e mista, demandando frequentemente a intervenção da ortodontia interceptativa.
O diagnóstico e tratamento precoce da mordida cruzada são extremamente importantes para uma evolução normal da oclusão, para corrigir o desequilíbrio esquelético e preservar a saúde periodontal.
Quando o tratamento é tardio podem surgir complicações como a perda de comprimento do arco dentário e oclusão traumática com retração gengival.
Para tratar problemas de oclusão precocemente diagnosticados, a ortodontia interceptativa pode lançar mão dos seguintes tratamentos:
- uso de placa removível com mola digital;
- plano inclinado fixo em resina acrílica;
- plano inclinado individual em banda metálica e resina fotopolimerizável;
- lâmina de madeira;
- molas digitais;
- arco palatino ativo.
O aparelho a ser utilizado é aquele que melhor se adapta à necessidade do paciente e sua adaptação. Crianças menores tendem a colaborar menos com o tratamento, assim, os modelos fixos podem ser os mais indicados nesses casos.
O que é a ortodontia corretiva ou tradicional?
A ortodontia corretiva ou tradicional é a mais conhecida e é feita quando há a necessidade de corrigir problemas de oclusão e alinhamento na dentição permanente ou no fim da fase de troca dos dentes.
Com o uso de aparelhos ortodônticos móveis ou fixos, faz-se a movimentação gradativa dos dentes e dos ossos maxilares e mandibulares para corrigir o posicionamento e resolver problemas de apinhamento, má oclusão, diastema, etc., promovendo, assim, uma melhor saúde bucal e estética facial.
Com a nova geração de aparelhos ortodônticos transparentes, a ortodontia corretiva se tornou mais atrativa também para os adultos, que são mais resistentes ao sorriso metálico dos aparelhos convencionais.
Esses aparelhos são feitos em material acrílico e utilizam tecnologia 3D para a produção das placas sob medida, trazendo mais conforto e discrição, garantindo os mesmos resultados que os aparelhos convencionais.
Qual o melhor tipo de ortodontia?
Cada um dos tipos de ortodontia vai atender a uma demanda específica de cada paciente. Os dois primeiros tipos, preventiva e interceptativa, devem ser feitos na infância e início da adolescência para trazerem os resultados esperados. Assim, é preciso estar atento ao diagnóstico precoce para a escolha da melhor técnica.
É importante ressaltar que, independentemente do tipo de ortodontia utilizada, é preciso que o profissional esteja atento aos melhores modelos e materiais ortodônticos disponíveis no mercado, para atender à necessidade técnica e financeira do paciente, sem comprometer o seu bem-estar, conforto e segurança.
Aparelhos mais modernos, sem dúvida, vão ter melhor adesão das pessoas, o que mantém o planejamento do tratamento mais próximo à expectativa do ortodontista e do paciente, trazendo melhores resultados ao longo de todo o tratamento.
Gostou do nosso post sobre os tipos de ortodontia? Então, leia também o nosso artigo sobre os tipos de aparelhos dentários de maior demanda pelo público!